Viagem com as pessoas erradas?


Perdida em um ônibus. Ela se pergunta como viera parar ali. Queria sair correndo, aquele ambiente não a pertencia. Com poucos se identificava, poucos. Como a música fazia ela se encontrar em um lugar bem longe dali, onde ela se identificava realmente.
Olhava para a janela e via aquela vista. Uma  boa música soava em seus ouvidos. Era a favor da música do que dos comentários que era obrigada a escutar dos seus colegas de ônibus. Sempre que viajava via pequenas casas escondidas entre as árvores. Sempre se perguntava como alguém era capaz de morar em tal lugar. Afastado do mundo, talvez sem volta. Naquele momento, entendia o por que. A sociedade era muito complexa de se entender, difícil de se lidar. Viver perto da natureza além do silencio era um ótimo lugar para relaxar.
Ela nunca se viu capaz de morar em outro lugar sem muito movimento. Acostumou com o ambiente da cidade grande. Carros buzinando a todo momento. Pessoas gritando, correndo... Ela gostava disso, por mais estranho que fosse. Talvez naquela situação o que ela mais queria era paz escondida dentro daquelas árvores.
Os assuntos não a interessavam. Nem de longe. Tudo bem, ela se considerava chata, mais tudo não deveria ter um limite? Alguém a cutuca, fazendo com que ela deixe de lado, por um momento, aqueles pensamentos. Era seu irmão. Olhar para ele, apesar de ser seu irmão chato, fazia com que ela se acalma-se um pouco.
Enfim  o ônibus parou. Deu para imaginar como ela ficou feliz? Ela esperou parte das pessoas descerem. Seu irmão já havia descido. Ela fica de lado no corredor, fazendo com que ninguém mais passase, para que ela pudesse ver se estava esquecendo alguma coisa. Novamente alguém  a cutuca, e já ia respondendo toda brincalhona “nossa, você não me deixa em paz né enjoou” (como ela gostava de chamar o irmão), só que ela não consegue. Ela nunca tinha visto ninguém olhar assim, um olhar puro e profundo, que davam a impressão que aquele menino seria capaz de ler sua mente, ou pior, o seu coração. Ela se apaixonou! E depois disso, aquele ônibus tão odiado, se tornou o lugar mais incrível que ela poderia e queria estar.

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